Lição 1: Inspiração divina e
autoridade da Bíblia
Data:
2 de Julho de 2017
TEXTO ÁUREO
“Porque a profecia nunca foi produzida por
vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo
Espírito Santo” (2Pe 1.21).
VERDADE PRÁTICA
Cremos
na inspiração divina, verbal e plenária da Bíblia Sagrada, única regra infalível
de fé e prática para a vida e o caráter cristão.
LEITURA DIÁRIA
Segunda
— Jr 36.1,2: Deus mandou que suas palavras fossem escritas em um rolo
Terça
— 2Pe 3.2: As Escrituras inspiradas por Deus dizem respeito ao Antigo e ao Novo
Testamento;
Quarta
— Mc 7.13: O Senhor Jesus disse que a Bíblia é a Palavra de Deus
Quinta
— Jo 10.35: As Escrituras Sagradas jamais falharão
Sexta
— Hb 4.12: A Palavra de Deus é viva, poderosa e capaz de transformar vidas
Sábado
— Js 1.8: A Bíblia é o manual de Deus para o nosso bem
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
2
Timóteo 3.14-17: “Tu, porém, permanece
naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens
aprendido.15E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras,
que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. 16Toda
Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para
corrigir, para instruir em justiça, 17para que o homem de Deus seja
perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra”.
OBJETIVO GERAL
Conscientizar
a respeito da inspiração divina, verbal e plenária da Bíblia Sagrada.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo,
os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos.
I.
Reconhecer a revelação e inspiração da Bíblia Sagrada;
II.
Mostrar a inspiração divina na Bíblia Sagrada;
III.
Explicar a inspiração plena e verbal da Bíblia Sagrada;
IV.
Saber que a Bíblia Sagrada é a nossa única regra de fé e prática.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado
professor, neste terceiro trimestre do ano estudaremos as principais doutrinas
da fé cristã. O comentarista do trimestre é o pastor Esequias Soares, autor de
diversos livros, graduado em Letras, Mestre em Ciência da Religião, presidente
da Comissão de Apologética Cristã da CGADB (Convenção Geral das Assembleias de
Deus no Brasil) e líder da Assembleia de Deus em Jundiaí, SP.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A
Bíblia é a revelação de Deus escrita para a humanidade. Disso decorre o fato de
ela ser nossa exclusiva fonte de autoridade espiritual. Sua inspiração divina e
sua soberania como única regra de fé e prática para a nossa vida constituem a
doutrina basilar da fé cristã. Essa inspiração é um fato singular que ocorreu
na história da redenção humana. O enfoque da presente lição é sobre a
importância e o significado dessa inspiração divina.
PONTO CENTRAL
Cremos na inspiração divina
e autoridade da Bíblia Sagrada.
I. REVELAÇÃO E INSPIRAÇÃO
1. Revelação.
A
palavra “revelação”, apocalipsis, em grego, significa o ato e o efeito
de tirar o véu que encobre o desconhecido. Nas Escrituras, essa palavra é usada
em relação a Deus, pois é Ele quem revela a si mesmo, a sua vontade e natureza
e os demais mistérios. Ele “não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos
seus servos, os profetas” (Am 3.7). Deus conhece tudo aquilo que
está fora do alcance dos seres humanos. A busca da verdade, sem Deus, é vã e
está destinada ao fracasso (1Co 1.21).
2. Inspiração.
É o
registro dessa revelação sob a influência do Espírito Santo, que penetra até as
profundezas de Deus (1Co 2.10-13). Divinamente inspirados são os 66 livros da
Bíblia. Os escritores sagrados foram os receptáculos da revelação: “homens santos
falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2Pe 1.21 —
ARA). Eles receberam os oráculos divinos de forma especial, exclusiva, única e
milagrosa. Ninguém mais, além deles, foi usado por Deus dessa maneira
específica.
3. A forma de comunicação.
O
processo de comunicação divina aos profetas do Antigo Testamento se desenvolveu
por meio da palavra e da visão, do som e da imagem (Jr 1.11-13). A revelação
aos apóstolos no Novo Testamento veio diretamente do Senhor Jesus Cristo (Gl
1.11,12; 2Pe 1.16-18; 1Jo 1.3) e do Espírito Santo (Ef 3.4,5). A frase “veio a palavra do
SENHOR a”, “veio a mim a palavra do SENHOR” ou fraseologia
similar, tão frequente no Antigo Testamento, diz respeito a uma revelação
direta, externa e audível. Essa forma de comunicação não aparece no Novo
Testamento na comunicação divina aos apóstolos, exceto uma única vez no
ministério de João Batista: “veio no deserto a palavra de Deus a João, filho de Zacarias”
(Lc 3.2), pois ele é o último profeta da dispensação da lei (Lc 16.16).
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
A Bíblia é a revelada e
inspirada Palavra de Deus.
II. A INSPIRAÇÃO DIVINA
1. A inspiração divina.
“Toda a Escritura é
inspirada por Deus” (v.16, ARA). A palavra grega, aqui traduzida por
“inspirada por Deus” ou “divinamente inspirada”, é theopneustos.
Ela só aparece uma única vez na Bíblia, vinda de duas palavras gregas: theos, “Deus”, e pneo,
“respirar, soprar”. Isso significa que o texto sagrado foi “soprado por Deus”.
A palavra teopneustia significa “inspiração divina da Bíblia”. Segundo o
Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa, de Caudas Aulete, o termo quer
dizer “inspiração divina que presidiu à redação das Sagradas Escrituras”.
Josefo, o historiador judeu, e Fílon de Alexandria, disseram que as Escrituras
são divinamente inspiradas, mas usaram outros termos.
2. Uma avaliação exegética.
Estamos
acostumados com duas traduções: “toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa”
e “toda Escritura
é divina inspirada e proveitosa”. Ambas as versões são permitidas à
luz da gramática grega. Mas a primeira é mais precisa, pois a conjunção grega kai, “e”, aparece entre os dois adjetivos
“inspirada” e “proveitosa”. Isso significa que o apóstolo está afirmando duas
verdades sobre a Escritura, a saber: divinamente inspirada e proveitosa; e não
somente uma dessas duas coisas. Dizer que “toda a Escritura divinamente inspirada é proveitosa”
pode dar margem para alguém interpretar que nem toda Escritura é inspirada.
3. Autoridade.
A
autoridade da Bíblia deriva de sua origem divina. O selo dessa autoridade
aparece em expressões como “assim diz o SENHOR” (Êx 5.1; Is 7.7); “veio a palavra do
SENHOR” (Jr 1.2); “está escrito” (Mc 1.2). Isso encerra a suprema
autoridade das Escrituras com plena e total garantia de infalibilidade, pois a
Bíblia é a Palavra de Deus (Mc 7.13; 1Pe 1.23-25).
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Toda a Bíblia é inspirada
por Deus.
III. INSPIRAÇÃO PLENA E
VERBAL
1. Inspiração plenária.
Tal
expressão significa que todos os livros das Escrituras são inspirados por Deus.
O apóstolo Paulo deixa isso muito claro quando afirma que “toda a Escritura é divinamente inspirada”.
A inspiração da Bíblia é especial e única. Não existe na Bíblia um livro mais
inspirado e outro menos. Todos têm o mesmo grau de inspiração e autoridade.
A
Bíblia que Jesus e seus apóstolos usavam era formada pela Lei de Moisés, os
Profetas e os Escritos; essa terceira parte é encabeçada pelos Salmos (Lc
24.44). O termo “Escritura” ou “Escrituras” que aparece no Novo Testamento
refere-se a esse Cânon tripartido, que é o mesmo Antigo Testamento de nossa
Bíblia. Cabe ressaltar que o apóstolo Paulo, ao afirmar que “toda a Escritura é
divinamente inspirada”, se referia também aos escritos apostólicos.
Os
escritos dos apóstolos se revestiam da mesma autoridade dos livros do Antigo
Testamento já desde a Era Apostólica. Inclusive, “profetas e apóstolos”, às
vezes, aparecem como termos intercambiáveis (2Pe 3.2). O apóstolo Pedro
considera ainda as epístolas paulinas como Escrituras (2Pe 3.15,16). O apóstolo
Paulo ensinava: “Porque
diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do
seu salário” (1Tm 5.18). O apóstolo aqui coloca lado a lado citações
da lei de Moisés (Dt 25.4) e dos Evangelhos (Mt 10.10; Lc 10.7), chamando ambas
de “Escritura”. Outras vezes, ele deixa claro que seus escritos são de origem
divina (2Co 13.3; 1Ts 2.13). Isso nos permite afirmar que a frase “Toda Escritura é
divinamente inspirada” se refere à Bíblia completa, aos 66 livros do
Antigo e Novo Testamento.
2. Inspiração verbal.
Essa
característica bíblica significa que cada palavra foi inspirada pelo Espírito
Santo (1Co 2.13); e também que as ideias vieram de Deus (2Pe 1.21). O tipo de
linguagem, o vocabulário, o estilo e a personalidade são diversificados nos
textos bíblicos porque Deus usou cada escritor em sua geração e em sua cultura,
com seus diversos graus de instrução. Isso mostra que quem produziu esses
livros sagrados eram seres humanos que viveram em várias regiões e pertenceram
a diversas gerações desde Moisés até o apóstolo João, passaram-se cerca de mil
anos. Eles não foram tratados como meras máquinas, mas como instrumentos usados
pelo Espírito Santo. Deus “soprou” nos escritores sagrados. Uns produziram som
de flauta e outros de trombetas, mas era Deus quem soprava. Assim, eles
produziram esse maravilhoso som que são as Escrituras Sagradas.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
A inspiração da Bíblia
Sagrada é plena e verbal.
IV. ÚNICA REGRA INFALÍVEL DE
FÉ E PRÁTICA
1. "Proveitosa para ensinar".
O
propósito das Escrituras é o ensino para a salvação em Jesus, pois elas “podem fazer-te sábio
para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus” (2Tm 3.15). São
ensinos espirituais que não se encontram em nenhum lugar do mundo. A Bíblia
revela os mistérios do passado como a criação, os do futuro como a vinda de
Jesus, os decretos eternos de Deus, os segredos do coração humano e as coisas
profundas de Deus (Gn 2.1-4; Is 46.10; Lc 21.25-28).
2. A conduta humana.
A
Bíblia corrige o erro e é útil para orientar a vida sendo “proveitosa para ensinar, para redarguir, para
corrigir, para instruir em justiça” (v.16b). Uma das grandezas das
Escrituras é a sua aplicabilidade na vida diária, na família, na igreja, no
trabalho e na sociedade. Deus é o nosso Criador e somente Ele nos conhece e
sabe o que é bom para suas criaturas. E essas orientações estão na Bíblia, o
“manual do fabricante”.
3. As traduções da Bíblia.
A
autoridade e as instruções das Escrituras valem para todas as línguas em que
elas forem traduzidas. É vontade de Deus que todos os povos, tribos, línguas e
nações conheçam sua Palavra (Mt 28.19; At 1.8). Em que idioma essa mensagem
deve ser pregada? Hebraico? Grego? Aramaico? Não! Na língua do povo. Os
apóstolos citam diversas traduções gregas da Septuaginta no Novo Testamento.
Isso mostra que a mesma inspiração do Antigo Testamento hebraico se manteve na
Septuaginta. A citação de Salmos 8.4-6 em Hebreus 2.6-8 é um bom exemplo. A
inspiração divina se conserva em outras línguas. Desde os tempos do Antigo
Testamento, até hoje, Deus se manifestou e se manifesta a cada um de seus
servos e suas servas no seu próprio idioma.
SÍNTESE DO TÓPICO (IV)
A Bíblia Sagrada é a nossa
única regra de fé e prática.
CONCLUSÃO
Cremos
que a Bíblia é a única revelação escrita de Deus para toda a humanidade e que
seu texto foi preservado e sua inspiração divina é mantida nas 2.935 línguas em
que ela é traduzida (segundo dados da Sociedade Bíblica do Brasil). Que cada um
possa receber a Bíblia sem restrição alguma, pois ela é a Palavra de Deus em
qualquer língua em que vier a ser traduzida.9
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